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As relações de trabalho na pandemia pautam encontro virtual de lideranças da Fiocruz

No dia 7 de julho, a Escola Corporativa Fiocruz promoveu um encontro virtual com gestores da instituição para provocar a reflexão acerca do papel das lideranças em meio ao contexto gerado pela pandemia. O evento contou com a participação da consultora Denize Dutra, mediadora do debate, Ana Claudia Mendonça, secretária de Gestão de Pessoas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Edmarson Bacelar Mota, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A íntegra do debate pode ser conferida em vídeo disponível no canal da Escola Corporativa no Youtube.

A coordenadora-geral de Gestão de Pessoas da Fiocruz, Andrea da Luz, fez a saudação inicial e destacou haver um debate anterior à pandemia sobre a inclusão do teletrabalho na instituição. Andrea destacou, no âmbito da área de gestão de pessoas da Fiocruz, estudos em torno das adequações dos processos de trabalho para o que ela chamou de “momento de convivência com a Covid”. Ela defendeu que a instituição opte por um modelo que esteja de acordo com a sua cultura organizacional, evitando assim o risco de prejuízo ao sentido do trabalho coletivo. “A marca da coletividade da instituição não pode se perder”, afirmou Andrea.

Reação imediata

A consultora Denize Dutra focou sua fala nas ameaças e oportunidades do campo da gestão de pessoas no contexto da pandemia. Para Denize, o desafio atual não é mais tentar prever o futuro, mas estar aberto para reagir de forma rápida ao que vier pela frente. Denize definiu a Covid-19 como um momento singular vivido por pessoas e organizações, no qual as informações trabalham em um duplo sentido, oferecendo vantagens, mas gerando incertezas. Dessa forma, explicou a consultora, a transformação de ameaças em oportunidades passa pela necessidade de as lideranças colocarem para si mesmas as questões e, posteriormente, transmiti-las para suas equipes. “O primeiro desafio de liderança é a liderança de nós mesmos”, disse Denize. Para a consultora, o equilíbrio é a palavra norteadora, em especial entre o digital e o humano. “Proximidade não é a presença física, mas uma conexão emocional obtida através da comunicação clara, não violenta, que engaja e alinha propósitos. A comunicação é protagonista desse processo”, concluiu Denize.

Tomada de decisão

Edmarson Bacelar Mota abordou questões relacionadas ao processo de tomada de decisões. Ele considera que muitas vezes os gestores decidem sobre temas sem estarem atentos ao que é realmente melhor. Para ele, isso decorre do fato de que as ideias podem ser contaminadas por interesses muitas vezes imperceptíveis. “Os humanos são facilmente influenciáveis porque gostamos de nos adequar”, definiu Edmarson. O professor apresentou alguns tipos de armadilhas que podem afetar o gestor no momento do processo decisório, como por exemplo, a tendência à retribuição de favores, a dificuldade de se desligar de uma ideia inicial e a disposição em seguir opiniões de autoridades ou de pessoas que comungam de pensamento ou crenças semelhantes.  

Liderança virtual

Ana Cláudia preconizou que não se deve enxergar o teletrabalho somente pela ótica econômica do governo. Ela defende a necessidade de avaliar também outras variáveis, como por exemplo, os gastos emocionais e indicadores humanos. “Minha equipe está feliz?”, questionou Ana. A gestora considera primordial que o servidor, o gestor, a instituição e a sociedade estejam bem diante desse cenário. Ana enxerga o teletrabalho como sendo apenas uma modalidade de troca profissional. “O futuro é flexível”, afirma, sugerindo outras possibilidades de atuação profissional, como por exemplo, a jornada híbrida de trabalho, que conjuga os sonhos pessoais com os profissionais. “Queremos viver agora nossa multipotencialidade. Não temos só uma carreira linda”, definiu.

Debate continuado

Ao final do encontro, a diretora da Escola Corporativa, Carla Kaufmann, incentivou as lideranças presentes, cerca de 130 gestores da instituição, a darem prosseguimento às discussões sobre o tema no Espaço Virtual da Escola. “Temos que perceber a importância da interação, reconhecer fragilidades, refletir e discutir todos esses pontos, estabelecendo uma relação de confiança”, disse Carla.