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Programa inovador capacita para a Ciência Aberta na Fiocruz 

 

Iniciativa é voltada aos membros dos Núcleos  

Publicado por Erika Blaudt / 15.09.2023 - A Fiocruz está avançando na vanguarda da Ciência Aberta com o lançamento do Programa de Desenvolvimento de Pessoas (PDP) dedicado ao Ecossistema da Ciência Aberta. Desenvolvido em parceria entre a Escola Corporativa Fiocruz e a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), com apoio do Fórum de Ciência Aberta da Fiocruz, o evento ocorreu no último dia 13, via transmissão pelo canal da VídeoSaúde no youtube para membros dos Núcleos de Ciência Aberta (NCA), pesquisadores e demais interessados. 

Este programa inovador tem como objetivo capacitar aproximadamente 200 profissionais para tornar a pesquisa científica mais acessível à comunidade científica e à sociedade brasileira como um todo. A iniciativa pioneira representa um marco no desenvolvimento de competências de trabalhadores para habilitá-los a promover e monitorar ações relacionadas à Ciência Aberta, a partir de recursos e soluções educacionais distintas. 

O PDP - Ecossistema da Ciência Aberta - será contínuo e implementa como primeira estratégia percursos de aprendizagem, criados de forma customizada para o desenvolvimento de competências específicas para os membros dos NCA. No primeiro percurso “Introdução à Ciência Aberta” são oferecidas informações relacionadas às suas principais dimensões, um panorama geral sobre iniciativas nacionais e internacionais, marcos legais, além de políticas institucionais da Fiocruz. Já os demais percursos irão contemplar temas, como o Acesso Aberto, a Gestão, o Compartilhamento e Abertura de Dados para Pesquisa e Educação Aberta.   

O evento de lançamento contou com a presença dos realizadores do programa, pesquisadores e membros dos NCA da Fiocruz, e foi iniciado pelo Diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz (ICICT), unidade com forte protagonismo na implementação e desenvolvimento no campo da Ciência Aberta.  

Rodrigo Murtinho, um participante ativo do Fórum de Ciência Aberta, destacou a importância do PDP enquanto uma referência para as demais instituições públicas e privadas que precisam enfrentar este desafio. Ele enfatizou a necessidade de preparar os profissionais para enfrentar os desafios do mundo digital, na ciência e na cidadania, ressaltando o papel fundamental da Ciência Aberta para a construção de um ambiente de pesquisa, informação e comunicação mais transparente e acessível. "Sua implementação é favorável para avançarmos em nossas políticas. Parabenizo a todos que contribuíram para este processo", ressaltou. 

A Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, agradeceu a todos os participantes e destacou que o lançamento do PDP inaugura um processo de educação permanente para os trabalhadores que atuam nos Núcleos de Ciência Aberta na Organização. Ela discorreu sobre as políticas e iniciativas pré-existentes relativas ao tema e rememorou a contribuição da Escola Corporativa para a elaboração do Programa de Formação Modular em Ciência Aberta, juntamente com outras unidades, como o ICICT, chegando a alcançar mais de 20 mil pessoas.  

Em sua visão, esse é um momento de inflexão à inovacão, ao promover a capacitacão para os NCA, que anteriormente, eram denominados Núcleos de Acesso Aberto ao Conhecimento, e, nesta nova configuração, ampliada e mais diversificada, recebem representantes da área de pesquisa, com o desafio de assumir novas responsabilidades relacionadas à implementação da Política de Ciência Aberta.  

"O PDP será importante para a capacitação dos NCAs que vem sendo formados para impulsionar esse processo, nessa nova forma de trabalho advinda da transformação digital que impõem muitos desafios à Fiocruz. Podemos fazer com que as assimetrias aumentem. Temos um mundo de informações, mas também uma nova forma de trabalhar, de processá-las nos vários âmbitos da vida social, e as questões referentes ao acesso e à capacidade de análise têm que ser trabalhadas de forma que as desigualdades no acesso ao conhecimento sejam reduzidas e não ampliadas", reiterou Cristiani. 

A coordenadora de Informação e Comunicação da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (Cinco/VPEIC), Vanessa Jorge, que também coordena o Fórum de Ciência Aberta na Fiocruz, manifestou sua alegria pelo lançamento, que  marca o trabalho e todo o contexto histórico de todos que têm trabalhado ao longo dos anos para a estruturação desse processo e a esse resultado. "Uma iniciativa ampla e que envolve o desenvolvimento de competências, conhecimentos, habilidades para as novas práticas atuais de Ciência Aberta. Esse programa vai trazer uma abordagem holística para todas essas transformações com base nas experiências e resultados anteriores", complementou. 
 

Vanessa explanou sobre a jornada da Fiocruz rumo à Ciência Aberta iniciada em 2014, quando se implementou a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, após um amplo processo de participação social. A ação, naquele ano, teve forte representação por propiciar uma discussão mais profunda sobre a abertura de dados para a pesquisa, além de outras considerações relevantes relacionadas às ferramentas usadas ainda hoje para a disponibilidade de dados e informações, como o Observatório em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fiocruz e Arca Dados, por exemplo. 

 
Nesse contexto, o PDP foi concebido a partir da integração de conhecimentos e conteúdos desenvolvidos previamente no campo da Ciência Aberta, além da criação de novos conteúdos atualizados e do planejamento didático adequado ao desenvolvimento do público-alvo. 

A coordenadora da Escola Corporativa Fiocruz, Carla Kaufman, corroborou sobre a organicidade do Programa, suas funcionalidades, seus respectivos eixos e soluções educacionais inovadoras para o engajamento à cultura organizacional e às temáticas do Ecossistema de Ciência Aberta.  

 
Além disso, ela pontuou em relação ao protagonismo que o participante exerce sobre o seu trajeto no percurso. Diferente de um curso, o percurso articula ações de autodesenvolvimento (aprendizagem individual) e desenvolvimento (aprendizagem coletiva) por meio de webinários, fóruns, dentre outros, onde é indicado ao participante um caminho a seguir, com objetivos definidos e transparentes. Há diversos recursos educacionais em todo o percurso que inclui vídeos, artigos, dentre outros, para a disseminação do conhecimento e da prática na Fiocruz (aqui pode-se conhecer o percurso Introdução à Ciência Aberta). A inscrição é feita pelo campus virtual.  

Carla finalizou, acrescentando acerca da relevância do PDP - Ecossistema da Ciência Aberta - para uma capacitação inovadora junto aos membros dos NCA, que agora incluem representantes da área de pesquisa, além dos profissionais que já atuavam na promoção da Ciência Aberta. "O programa foi construído visando fortalecer os trabalhadores para lidarem com os desafios cotidianos impostos pela transformação digital na produção e disseminação do conhecimento científico e de saúde", concluiu. 

Um novo percurso do PDP Ecossistema Ciência Aberta já está em elaboração e será divulgado para os NCAs e, assim, a Escola Corporativa Fiocruz segue na jornada de desenvolvimento de competências em Ciência Aberta para contribuir com a qualificação profissional na Fiocruz. 
 

Contextualizando 

A Ciência Aberta, um movimento global que busca tornar a pesquisa científica mais acessível a todos, não é mais um horizonte distante. Hoje, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emerge como uma protagonista crítica e estratégica nesse cenário, assumindo um compromisso firme com a livre circulação do conhecimento científico. 

A proposta da Ciência Aberta é clara: eliminar obstáculos artificiais, sejam eles editoriais, legais ou econômicos, que impeçam o livre acesso ao conhecimento científico. A Fiocruz, alinhada com sua missão de promover saúde e desenvolvimento social, bem como difundir o conhecimento científico e tecnológico como um agente da cidadania, tem desempenhado um papel vital nessa transformação.